Acervo

Autores

Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX

Dominguinhos

Morais, José Domingos de
  • Acordeonista
  • ∙ Arranjador(a)
  • ∙ Compositor

Filho de Mestre Chicão (famoso sanfoneiro e afinador de foles de oito baixos), Dominguinhos formou, ainda na infância, o trio Os Três Pinguins com dois de seus irmãos. Começou a tocar pandeiro aos oito anos, passando depois, e definitivamente, para o acordeom. Autodidata, o instrumentista estudou um pouco de música com o acordeonista e arranjador Orlando Silveira, que passou a ser sua principal referência no universo do choro. Dos inúmeros músicos com quem conviveu, destaca-se a importância de Sivuca, Hermeto Pascoal, Orlando Silveira e Luiz Gonzaga, figura decisiva em sua formação, seu padrinho musical desde o começo de sua carreira.

É com a sanfona que ganhou de Luiz Gonzaga que Dominguinhos percorre o interior do Rio de Janeiro na companhia dos irmãos, apresentando-se em circos e arrasta-pés.  Em 1957, com apenas 16 anos, faz sua primeira gravação no disco de Gonzaga, tocando Moça de feira. No mesmo ano forma o Trio Nordestino, com Borborema e Miudinho e atua em dancings, boates, inferninhos, gafieiras e churrascarias. Na década de 1960, toca no regional do Canhoto junto com Meira, Dino e Orlando Silveira, acompanhando artistas de Rádio. Em 1965, grava um LP destinado ao público nordestino, voltando assim a tocar forrós e baiões. Em 1967, integra uma excursão de Luiz Gonzaga ao nordeste, da qual também fazia parte a cantora pernambucana Anastácia, com quem passa a trabalhar e acaba se casando.

Em 1972 é convidado pelo empresário Guilherme Araújo para trabalhar com Gilberto Gil e Gal Costa, com quem viaja para Cannes. A partir daí, participa como instrumentista em shows de Caetano Veloso, Chico Buarque, Fagner e Maria Bethânia, entre muitos outros intérpretes que também gravariam suas composições, entre as quais pode-se ressaltar o xote Eu só quero um xodó - parceria com Anastácia que vira sucesso na voz de Gilberto Gil. Na década de 1980 duas músicas suas entram na trilha sonora da novela Roque Santeiro, da TV Globo:  De volta pro meu aconchego (com Nando Cordel) e Isso aqui tá bom demais (com Chico Buarque), aumentando  nacionalmente sua popularidade. Ao longo de sua vida artística, Dominguinhos grava mais de 40 discos, tem mais de 600 músicas suas gravadas e recebe muitos prêmios.

Em 2001 foi o grande homenageado no 11º Festival de Inverno de Garanhuns, sua cidade natal, com um concerto sinfônico.  Em 2008, é a vez do Prêmio Multishow e, em 2009, o 2º Festival Internacional da Sanfona, em Juazeiro (BA). Em 2012, ao completar 50 anos de carreira, ganha seis prêmios Sharp e recebe homenagem com a coleção tripla de CDs Pernambuco forrozando para o mundo - Viva Dominguinhos!, produzida por Fábio Cabral. Em 2013, a Universal Music lança o álbum duplo Dominguinhos é de todos, com os CDs Todos cantam Dominguinhos e Dominguinhos por ele próprio. Morre em São Paulo, em julho de 2013, aos 72 anos, depois de lutar por seis anos contra um câncer de pulmão. 

Data detalhada de nascimento

12.02.1940

Data detalhada de falecimento

23.07.2013

Fonte de pesquisa

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB - A História de Um Século. 2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto Cultural Cravo Albin, 2012. ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006. AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014. AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982. BARBOSA, Valdinha e DEVOS, Anne Marie. Radamés Gnattali - O eterno experimentador. Rio de Janeiro: Funarte, 1985. CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D. CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965. COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002. EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: MEC/Funarte, 1978. EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982. MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999. MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2000. MÁXIMO, João. Paulinho da Viola - sambista e chorão. Rio de Janeiro: Série Perfis do Rio, 2002. SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: Editora 34, 1997. TAUBKIN, Myriam (org.) - Um Sopro de Brasil. Projeto Memória Brasileira, 2006. Verbetes redigidos por Maria Luiza Kfouri TAUBKIN, Myriam (org.) - Violões do Brasil. Textos de Maria Luiza Kfouri. 2ª edição: Editora SENAC, São Paulo, Edições SESCSP, 2007 TINHORÃO, José Ramos. Música popular - teatro e cinema. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1972. VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Vol. 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.

Natural

Garanhuns - PE