Acervo

Autores

Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX

Severino Araújo

Oliveira, Severino Araújo de
  • Clarinetista
  • ∙ Compositor
  • ∙ Regente
  • ∙ Saxofonista

Severino começou a estudar música aos seis anos de idade, tendo aulas com o pai,  regente da banda local, de quem logo se tornou assistente. Como ele, que aos 12 anos já tocava clarinete, seus irmãos também tornariam-se músicos: Manuel (trombonista), Plínio (baterista), José e Jaime (saxofonistas). Aos 16 anos, Severino inicia sua carreira fazendo arranjos para a banda da cidade de Ingá, no interior da Paraíba, para onde a família se mudara. Sua fama como instrumentista se espalha e, em 1936, é convidado para integrar a banda da Polícia de João Pessoa. Um ano depois, já na capital paraibana, é contratado pela emissora de rádio PRI-4, recém-inaugurada, para integrar a Orquestra Tabajara como primeiro clarinetista. Em 1938, quando o regente e pianista Luna Freire morre repentinamente, Severino é chamado para assumir a orquestra. Com intenção de trazer dois irmãos e um colega, ele impõe como condição a contratação de mais um trombone, um saxofone e um trompete. Mais tarde incluiria seus dois outros irmãos.

Em 1944, é convidado pelo Cassino Copacabana e pela Rádio Tupi para trabalhar no Rio de Janeiro. Aceita o convite da rádio e, já no Rio, é contratado pela gravadora Continental, onde grava seu primeiro disco em 1944, com repertório de frevos e sambas. Em 1945, seu choro Espinha de bacalhau faz sucesso ao ser gravado pela Tabajara que, contratada pela Rádio Tupi, vem também se fixar no Rio de Janeiro. Daí em diante as gravações se sucedem. Em 1951, apresenta-se junto com a orquestra americana de Tommy Dorsey durante as festividades de inauguração da TV Tupi. Em 1952, viaja para Paris com sua orquestra e o cantor Jamelão, ficando um ano por lá. Em 1954, com o fim do contrato com a Tupi, a orquestra sai em excursão pelo país. Em 1955, viajam para Montevidéu, sendo em seguida contratados pela Rádio Mayrink Veiga. Ainda neste ano, ele é escolhido pelo crítico Silvio Túlio Cardoso, colunista do jornal O Globo, como o "regente da melhor orquestra do ano", premiado com um disco de ouro em cerimônia no Golden Room do Copacabana Palace.

Em 1961, grava o LP Doze ritmos brasileiros no qual sua orquestra interpreta samba, baião, marchinha, toada, maxixe, marcha de rancho, capoeira, samba-canção, coco, maracatu, cateretê e frevo. Em 1962, é contratado pela Rádio Nacional onde permanece com a orquestra por dois anos. Pouco depois assina contrato com a TV Rio, já com uma nova formação. Nos anos 1980, a orquestra passa a apresentar-se com enorme sucesso nas Domingueiras do Circo Voador, na Lapa carioca. Num recorde de longevidade, Severino Araújo permanece em atividade à frente da Tabajara durante 74 anos, em mais de 13 mil bailes, até falecer no Rio de Janeiro, aos 95 anos de idade, de insuficiência respiratória. Durante a carreira, lançou mais de 100 discos entre 78rpm e LPs e teve sua biografia escrita pela jornalista Beatriz Coelho Silva. 

Data detalhada de nascimento

23.04.1917

Data detalhada de falecimento

03.08.2012

Fonte de pesquisa

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB - A História de Um Século. 2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto Cultural Cravo Albin, 2012. ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006. AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014. AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982. BARBOSA, Valdinha e DEVOS, Anne Marie. Radamés Gnattali - O eterno experimentador. Rio de Janeiro: Funarte, 1985. CABRAL, Sérgio. Elisete Cardoso - Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D. CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965. COUTINHO, Eduardo Granja. Velhas histórias, memórias futuras. Rio de Janeiro: Editora Uerj, 2002. EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: MEC/Funarte, 1978. EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982. MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999. MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2000. MÁXIMO, João. Paulinho da Viola - sambista e chorão. Rio de Janeiro: Série Perfis do Rio, 2002. SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: Editora 34, 1997. TAUBKIN, Myriam (org.) - Um Sopro de Brasil. Projeto Memória Brasileira, 2006. Verbetes redigidos por Maria Luiza Kfouri TAUBKIN, Myriam (org.) - Violões do Brasil. Textos de Maria Luiza Kfouri. 2ª edição: Editora SENAC, São Paulo, Edições SESCSP, 2007 TINHORÃO, José Ramos. Música popular - teatro e cinema. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1972. VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Vol. 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.

Natural

Limoeiro - PE