Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Tia Amélia
Néri, Amélia Brandão
- Pianista
- ∙ Compositora
Filha de músicos — o pai era clarinetista e mestre de banda da cidade de Jaboatão e a mãe, pianista —, começou a tocar piano aos sete anos de idade, estudando o repertório clássico. Aos 12 compôs sua primeira música, a valsa Gratidão. Casou-se aos 17 anos e por imposição do marido foi impedida de seguir carreira artística, dedicando-se neste período a pesquisas folclóricas. Ficando viúva aos 25 anos e com três filhos, lançou-se como pianista profissional contratada pela Rádio Clube de Pernambuco, onde começou a fazer sucesso. Em 1929 seguiu para o Rio de Janeiro e ao se apresentar no Teatro Lírico foi tão bem recebida que passou a ser chamada “a coqueluche dos cariocas”. Realizou uma turnê pelas Américas em 1933, a convite do Itamaraty, acompanhada de sua filha, a cantora Silene de Andrade. De volta ao Brasil em 1939 excursionou com a filha por quase todo o país. Com o casamento de Silene, interrompeu sua atividade artística por 14 anos, período em que viveu em Marília, SP e Goiânia, GO. Em Goiânia conheceu a cantora Carmélia Alves, que a incentivou a retomar sua atividade profissional. Apresentou-se então em clubes, rádios e televisões, no Rio de Janeiro e em São Paulo, tocando choros e valsas de sua autoria e de outros autores, adotando o nome Tia Amélia. Seu grande sucesso nessa época foi o programa Velhas Estampas, mantido no ar por 14 meses, que levou-a a gravar um LP na Odeon com o mesmo título do programa. Seu último trabalho foi o disco A Bênção, Tia Amélia, lançado pela gravadora Marcus Pereira em 1980, quando contava 87 anos de idade.