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Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
João Adelino Leal Brito
Brito, João Adelino Leal
- Compositor
João Adelino Leal Brito, tornou-se conhecido apenas como “Britinho”, ou ainda “Leal Brito”. Ele nasceu no extremo sul do Brasil, mais precisamente na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, em maio de 1917 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro em setembro de 1966. Britinho adveio de uma família de músicos. Seu pai, João Adelino Campos de Brito; o tio, Henrique Brito e o irmão, Rubens Leal Brito, também se dedicaram a música profissionalmente na cidade de Pelotas. João Campos foi professor particular de piano e também professor na Sociedade Musical União Democrata, entre finais dos anos de 1910 e 1930; Henrique integrou a orquestra da rádio Cultura de Pelotas entre os anos de 1930 e 1940; seu irmão, nascido em 1913, Rubens, também foi reconhecido pianista, sobretudo seus choros e valsas, escritos durante a década de 1940. Rubens iniciou a carreira no mesmo período do irmão, João Adelino, na rádio Cultura de Pelotas em 1935; todavia, já no ano seguinte, Rubens foi contratado pela rádio Gaúcha, de Porto Alegre; por volta de 1939 foi contratado para ser pianista na Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. A carreira de João Brito foi curta em sua terra natal. Assim como seu irmão, Rubens, ele mudou-se para Porto Alegre em 1936. Entretanto, João foi integrar o cast da rádio Farroupilha até meados de 1939. Neste mesmo ano mudou-se para a cidade de São Paulo, atuando em diversas rádios e boates. Em 1941 transferiu-se para o Rio de Janeiro, sendo contratado primeiramente para atuar como pianista da orquestra do maestro Napoleão Tavares. Formou seu próprio conjunto anos mais tarde, em 1944. Durante os meados dos anos de 1940 trabalhou ainda nas rádios Globo e Tupi e fez arranjos para a rádio Nacional. Na década de 1950 passou a investir na carreira fonográfica; junto a carreira nos discos Britinho seguiu a carreira de “pianista da noite”, tornando-se popular músico das boates situadas na Zona Sul do Rio, mais precisamente na praia de Copacabana. Trabalhou em boates como como Perroquet, Vogue e Casablanca, entre outras. Contudo, a boate onde Britinho tornou-se mais conhecido foi o Casablanca, que tinha como proprietário o influente Carlos Machado. Nesta boate, Britinho foi orquestrador e arranjador dos espetáculos realizados entre 1952 e 1956.
Após sair da boate Casablanca, Britinho destinou sua carreira quase que exclusivamente a produção fonográfica, trabalhando apenas de forma esporádica em boates, clubes, festas de formatura, dentre outros eventos. Entre 1951-1965 o músico trabalhou em pelo menos 120 discos por diversas gravadoras. Lançou 66 discos como artista principal, mas também foi, em discos com outros artistas, pianista, arranjador, orquestrador ou maestro. Uma questão importante em sua discografia é o fato dele utilizar diversos pseudônimos em suas gravações, tais como: Pierre Kolmann, Franca Villa, Tito Romero, Miriam Presley, Jone Braith (que por vezes também aparece como John Britt), dentre outras denominações."
"A ida de Britinho para a cidade do Rio de Janeiro em 1941 [...] Natural de Pelotas, Rio Grande do Sul, Britinho, cujo nome completo é João Adelino Leal Britto, estudou com seus próprios tios, que eram músicos também. Naquela cidade gaúcha, fez parte do elenco das emissoras locais, Rádios Pelotense e Cultura, tendo depois, em 1938, se transferido para Porto Alegre, onde trabalhou na Rádio Farroupilha. No ano seguinte, mudou-se para São Paulo e lá atuou na Boite Tabu até que, em 1941, foi contratado para o Bar Bolero, no Rio de Janeiro. Mas São Paulo voltou a ser o seu destino e as “boites” Arpège, Oásis e Esplanada o mantiveram sob compromisso até 1944. Nesta Ocasião, Britinho já trabalhava com um conjunto seu e foi com ele que veio fixar-se definitivamente no Rio, contratado pelo Copacabana Palace5.
(Britinho) estudou com seus tios no Conservatório de Música. Três anos mais tarde, organizou sua própria orquestra, a melhor que Pelotas havia conhecido por volta de 1936. Irmão do igualmente excelente pianista Rubens Leal Brito (Brito), foi por este chamado para Porto Alegre onde substituiu na Rádio Farroupilha, o então famoso pianista Paulo Coelho. Em 1939, dirigiu-se para São Paulo havendo atuado em diversas estações de rádios e boates. Foi contratado da orquestra de Mário Silva, atuando no Cassino Porchat, em Santos. Em 1941, mudou-se para o Rio de Janeiro, começando a trabalhar na Orquestra de Napoleão Tavares. Ingressou na Rádio Club do Brasil onde foi contratado novamente por Napoleão a Buate Perroquet [...]6. A trajetória artística de João Leal Brito “Britinho” iniciou por volta de 1936 ainda em sua terra natal, Pelotas/ RS, atuando principalmente nas rádios Cultura e Pelotense. Neste primeiro período, Britinho tocou com seu irmão, também pianista, Rubens Leal Brito e chegaram a ser conhecidos pelas performances em duo pianístico como “irmãos Brito”. Não encontramos informações sobre a presença de Britinho no Conservatório de Pelotas, o que poderia ter ocorrido entre os anos de 1925-1935. É provável que Britinho tenha estudado na Banda Sociedade União Democrata, neste mesmo período e por influência de seu pai e tios. Outra informação extraída destas fontes que não conseguimos averiguar com certeza é sobre a orquestra que ele haveria formado ainda em Pelotas em 1936. Sabemos é que ambos sofreram influência da família – pai e tios - para o aprendizado de violino e piano e a possível escolha da carreira como músicos. Britinho foi à cidade de Porto Alegre em 1938 por influência de seu irmão Rubens Leal Brito, para substituir o famoso pianista Paulo Coelho na Rádio Farroupilha. Depois de Porto Alegre seu destino foi a cidade de São Paulo, no ano seguinte, atuando principalmente em boates como: Tabu, Oásis e Esplanada. Neste mesmo período foi contratado para ser instrumentista na orquestra de Mário Silva, atuando no Cassino da Ilha Porchat em Santos. Antes de fixar-se definitivamente na cidade do Rio de Janeiro, é possível que Britinho tenha cumprido contrato em boates paulistas Britinho chegou no Rio de Janeiro somente em 1941 para trabalhar na orquestra do trompetista, maestro e arranjador Napoleão Tavares. Sabemos ainda que seu irmão Rubens Brito também fez carreira como músico no Rio de Janeiro, porém alguns anos antes. É possível que ele Rubens tenha chegado no Rio em 1939 trabalhando como pianista e maestro da rádio Mayrink Veiga. A partir deste ano, encontramos seu nome na programação da rádio, e algumas vezes ele é mencionado como “Britinho da Mayrink Veiga”. No cast desta emissora haviam nesta época nomes como o clarinetista e saxofonista Luiz Americano, o pianista argentino Muraro, o flautista Pixinguinha e os cantores: Odete Amaral, Dorival Caymmi, Sílvio Caldas, entre muitos outros7. Em junho de 1940, podia-se ler no jornal O Imparcial um comentário sobre o pianista Rubens: Britinho! Sim, Britinho, apenas! Um nome pequenino como seu dono, que é um pedacinho de gente! Mas um grande pianista.Tendo feito um curso brilhante no Conservatório de Porto Alegre, Britinho não ficou, porém pedantemente, preso aos clássicos e românticos estrangeiros. Dedicou-se à nossa boa música popular e começou a executar e a compor números muito bonitos. Tentado pela metrópole, veio para o Rio e desde o ano passado integra o “cast” da Rádio Mayrink Veiga, onde é cartaz de valor. Como vimos, seu irmão Rubens também foi conhecido no Rio de Janeiro como “Britinho”. Esta é a única fonte que possuímos contendo um resumo biográfico sobre este pianista. Não conseguimos averiguar se há registros sobre sua passagem no Conservatório de Porto Alegre. Suas músicas mais conhecidas no Rio foram: “Romance de uma valsa”, “Evocação”, “Modulando”, entre outros. Suas composições foram geralmente tangos e choros. Assim como na ida de João Brito para Porto Alegre, Rubens, provavelmente, ajudou o irmão neste período. Os dois chegaram, do início de 1940 até 1944, a serem reconhecidos como “Britinho” na cidade do Rio de Janeiro."
"Até o mês de fevereiro de 2017 achávamos que o “Britinho da Mayrink Veiga” era o João Adelino Leal Brito; e não Rubens Leal Brito. Em nenhuma matéria que possuímos cita qual é o seu primeiro nome. Contudo, a partir de novas fontes, conseguimos distingui-los com maior precisão."