Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Copinha
Cópia, Nicolino
- Clarinetista
- ∙ Compositor
- ∙ Flautista
- ∙ Maestro
- ∙ Saxofonista
Filho de italianos, Nicolino Cópia tinha oito irmãos, todos ligados à música. Com Vicente, o mais velho deles, Copinha iniciou seus estudos musicais aos 7 anos. Aos 9 já tocava flauta, logo acompanhando Américo Jacomino, o Canhoto, em serenatas. Embora tocasse também clarinete e saxofone, aprendidos no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, a flauta sempre foi seu instrumento principal, presente desde o início de sua carreira profissional, em 1934, quando começa a tocar para filmes mudos em cinemas de São Paulo, e se apresenta em programas de rádio ao lado dos violonistas Garoto e Armandinho.
Em seguida integra a Orquestra Irmãos Cópia, a Orquestra Juca e Seus Rapazes e, mais adiante, a Orquestra Colúmbia, liderada pelo maestro Gaó. Com Gaó, ainda na década de 1930, muda-se para o Rio de Janeiro, onde toca com Pixinguinha, no Dancing Eldorado, e em vários teatros, boates e cassinos.
Na década de 1940 Copinha cria a primeira orquestra sob sua liderança, chamada inicialmente de Cópia e Sua Orquestra. Com ela, ao longo de quase 20 anos, torna-se um dos principais acompanhantes de cantores como Sílvio Caldas, Francisco Alves, Mário Reis, Carmen Miranda, Cyro Monteiro, Dircinha Batista, Aracy de Almeida, Orlando Silva e Dorival Caymmi. Em 1958, recebe em sua orquestra o pianista acreano João Donato e um jovem Hermeto Pascoal - que, mais tarde, homenagearia o colega com a composição Salve, Copinha. A partir da década de 1960, tornou-se um dos mais requisitados músicos de estúdio e de shows do Brasil, também viajando pelo mundo, tocando ou regendo orquestras. Mais tarde, com a diminuição de espaço para as grandes formações orquestrais, Copinha foi aos poucos desmontando a sua, indo trabalhar nas orquestras da TV Tupi e da Rede Globo até, por fim, abandonar esse tipo de formação que o novo cenário musical inviabilizara.
A partir da década de 1960, são raros os cantores e compositores do primeiro time da música brasileira que não tenham contado em seus discos e shows com a originalidade de Copinha, tanto como instrumentista quanto como arranjador: Paulinho da Viola, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Cartola e Ivan Lins são apenas alguns deles. É de Copinha a flauta que se ouve na introdução de Chega de Saudade, que abre o primeiro LP homônimo de João Gilberto, assim como em Canção do Amor Demais, de Elizete Cardoso. Copinha tem cerca de 20 composições, canções românticas e seresteiras, a maioria gravada em seus próprios discos.