Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Zé Menezes
França, José Menezes de
- Bandolinista
- ∙ Cavaquinista
- ∙ Compositor
- ∙ Violonista
Seu gosto musical foi despertado pela banda de música de sua cidade, aos 6 anos. Ainda criança começou a tocar requinta e depois cavaquinho, passando inicialmente a ser conhecido como Zé do Cavaquinho. Iniciou a carreira artística com apenas oito anos de idade, convidado pelo maestro Arlindo Cruz para se apresentar em um cinema de Juazeiro. Aos 9 anos apresentou-se para o Padre Cícero interpretando Meus oito anos, choro de sua autoria. Aos 11 anos já era membro da Banda Municipal de Juazeiro e por volta dos 12 anos mudou-se com um primo para Fortaleza, inicialmente trabalhando num serviço de auto-falantes.
Algum tempo depois, começa a atuar como violonista na Ceará Rádio Clube. Em 1943 passa para a Mayrink Veiga, dirigindo dois programas semanais que lhe dariam bastante visibilidade. Em 1947, contratado pela Rádio Nacional, atua ao lado de Garoto no programa Nada além de dois minutos, permanecendo nessa emissora por cerca de duas décadas, como solista de orquestras e acompanhando grandes artistas da época. Em 1948 tem sua primeira música gravada - o samba Nova ilusão, em parceria com Luiz Bittencourt, lançado pelo grupo Os Cariocas, na Continental.
Na década de 1950, faz sucesso como instrumentista, alcançando alta vendagem com seus discos. Na Rádio Nacional conhece Radamés Gnattali e integra seu Quarteto Continental. Em 1959, quando o quarteto vira Sexteto Radamés Gnatalli, Zé Menezes viaja com o grupo para a Europa, apresentando-se na BBC de Londres, Unesco, Sorbonne e em programas de tevê da Itália, Portugal e Alemanha. Em 1960, Zé Menezes apresenta-se com a Orquestra da Rádio Nacional, executando a abertura da série de Choros, de Villa-Lobos, contando com a presença do maestro na platéia.
Na década de 1970, entra para a tevê Globo como primeiro guitarrista, atuando depois como regente da Orquestra da Rede Globo por 22 anos. Lá compõe o célebre tema de abertura do programa Os Trapalhões. Em 1993, participa do projeto Viva Garoto - Projeto Memória Brasileira, em homenagem ao instrumentista. Em 1995, lança pela CID o CD Chorinho in concert. Em 1998, grava o CD Relendo Garoto. Também atua como solista convidado de grandes orquestras, como a Sinfônica de Porto Alegre na abertura do Mercosul. Como compositor, viu seus sambas, choros, baiões, marchas e mambos serem gravadas por intérpretes como Os cariocas, Miúcha, Emílio Santiago, Dick Farney, Tom Jobim e ainda Billy Eckstine, que registrou Nova ilusão. Em 2000, grava um CD com obras inéditas destinado ao mercado americano. Em 2007, lança no Teatro Rival BR o CD Gafieira carioca. Em 2010, com 89 anos, lança caixa com 3 CDs e um DVD, fazendo shows em Fortaleza e Brasília. Em 2012, dentro da série de shows em comemoração aos seus 90 anos de vida e 80 de carreira, se apresenta na Sala Baden Powell, em Copacabana.