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Autores

Eunice Katunda

Katunda, Eunice
  • Compositora
  • ∙ Pianista
  • ∙ Regente
  • ∙ Professora de Música

Eunice do Monte Lima Catunda foi uma compositora, regente, pianista e professora.

Filha do gaúcho Rubens do Monte Lima e da pintora nativista cearense Maria Grauben Bomilcar, iniciou seus estudos de piano com 5 anos de idade com a professora Mima Oswald, filha do compositor Henrique Oswald. Mais tarde será aluna de Oscar Guanabarino e, de 1936 à 1942, de Furio Franceschini, Marietta Lion e Camargo Guarnieri.

Casa-se em 1934 com o matemático Omar Catunda, incorporando o sobrenome do marido. O casal vai residir em São Paulo.

Em 1946, Eunice volta para o Rio de Janeiro e torna-se aluna do mentor do grupo Música Viva e introdutor da música dodecafônica no Brasil, Hans-Joachim Koellreutter, que terá grande influência na sua formação. É justamente de 1946 uma de suas principais obras - a cantata Negrinho do Pastoreiro.

 Em 1948, juntamente com outros alunos de Koellreutter, realiza viagem de estudos à Itália, onde estudará regência com Hermann Scherchen. Durante o curso, torna-se próxima de seus colegas de curso, Luigi Nono e Bruno Maderna.

A partir do final de 1948, sua militância política no Partido Comunista Brasileiro, ao qual era filiada desde 1936, deverá também marcar o seu trabalho. As diretrizes estéticas do partido, na época, vinculavam a produção artística à construção da identidade nacional e à transformação social. A frase de Mário de Andrade é bem representativa dessa orientação: "O critério atual da Música Brasileira deve ser não filosófico, mas social. Deve ser um critério de combate." Assim, Eunice acaba por abandonar o Música Viva e distanciar-se dos seus amigos Nono e Maderna, assumindo a perspectiva da arte engajada, nos moldes do realismo socialista.

No início da década de 50, vai a Salvador, por ocasião de uma manifestação da Campanha pela Paz, promovida pelo PCB, e visita o bairro da Liberdade, onde o partido apoiava a invasão de terrenos baldios por trabalhadores, que ali construíam as suas casas. Essa visita à Bahia será a primeira de uma série, com finalidade de estudos e pesquisas. Depois de assistir à capoeira no terreiro de mestre Waldemar da Paixão, escreverá um artigo, publicado em 1952, na revista literária Fundamentos. A compositora experimentaria, no final da década de 50 um período de grande aproximação com o mundo da cultura afro-brasileira, especialmente com o terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, para isso contando com o apoio de Pierre Verger. Eunice Catunda inspirou-se neste universo sonoro para diversas de suas composições, ao longo da década de 50.

Em 1956, abandona o PCB, em protesto contra a invasão da Hungria.

Em 1964, Eunice se separa de Omar Catunda. A partir de então, ela passará a assinar Eunice Katunda, trocando o C pelo K, para dissociar-se do sobrenome do ex-marido.

Nascimento

1915

Data detalhada de nascimento

14.03.1915

Morte

1990

Data detalhada de falecimento

03.08.1990

Natural

Rio de Janeiro - RJ