Acervo

Autores

Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX

Irineu de Almeida

Almeida, Irineu de
  • Compositor
  • ∙ Oficleidista
  • ∙ Trombonista
  • ∙ Bombardinista

Ficou conhecido nas rodas musicais como Irineu Batina, pois sempre usava uma sobrecasaca comprida. Mestre na linguagem do contraponto (melodia de acompanhamento que dialoga com a melodia principal), Irineu tocava oficleide, instrumento de sua predileção (corpo de chaves, similar ao saxofone, e bocal similar ao de um trombone). Pertenceu à Banda do Corpo de Bombeiros desde a sua fundação em 1896, tocando bombardino sob a batuta de Anacleto de Medeiros, que muito o admirava. Nas companhias líricas de teatro era um trombonista requisitado. Fez parte do grupo que freqüentava a tradicional loja O Cavaquinho de Ouro, ao lado de outros chorões como Quincas Laranjeiras, Villa-Lobos, João Pernambuco, Luiz de Souza, Satyro Bilhar entre outros. Também foram seus companheiros os chorões Albertino Pimentel (trompetista, sucessor de Anacleto de Medeiros na regência da Banda do Corpo de Bombeiros), Lica (executante de bombardão), João dos Santos (clarinetista), os flautistas Henriquinho Dourado e Irineu Pianinho, os cavaquinistas Galdino Barreto e Mário Álvares, além dos violonistas Neco e Henrique Rosa. Por volta de 1911 tornou-se professor de Pixinguinha, quando passou a freqüentar a casa de seu pai, Alfredo da Rocha Viana. Em 1913, integrando o conjunto Choro Carioca, gravou várias de suas composições para a Casa Faulhaber, entre as quais o schottisch Os Olhos Dela, o tango Aí, Morcego (dedicado a um famoso carnavalesco e boêmio desse tempo, o Amaral dos Correios) e o tango brasileiro São João Debaixo D’Água, com a participação de Pixinguinha, que fazia sua primeira gravação. No carnaval desse mesmo ano foi diretor de harmonia do Rancho Filhas das Jardineiras da Cidade Nova, competindo com o rancho Ameno Resedá. Deixou mais de 30 obras impressas. Na coleção de CDs “Princípios do Choro” (Acari Records/ Biscoito Fino, 2002) teve um disco inteiramente dedicado à sua obra. Irineu de Almeida é um dos sete mestres do choro na foto histórica do piquenique na ilha de Paquetá em 1º de fevereiro de 1906 na residência do General Costallat ao lado de João dos Santos (clarinete), Luiz de Souza (pistom), Luiz Gonzaga da Hora (bombardão), Horácio Theberge, Estulano (violões) e Jataí (trombone).

Morte

1916

Fonte de pesquisa

1. PINTO, Alexandre Gonçalves. O Choro — rem 2. VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira na Belle Époque. Rio de Janeiro: Livraria Santana Ltda., 1977.

Natural

Rio de Janeiro - RJ