Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Patápio Silva
Silva, Patápio
- Compositor
- ∙ Flautista
Flautista e compositor, Patápio Silva foi um dos maiores virtuoses do nosso país nesse instrumento. Nascido na cidade de Itaocara, RJ, ainda menino se mudou para a cidade de Cataguases, MG, onde viveu sua infância trabalhando como barbeiro, ofício que seu pai lhe ensinou. Desde cedo demonstrou interesse em estudar música, aprendendo a tocar numa flauta de folha de flandres de cinco furos. Aos 14 anos ingressou na banda de música da cidade e teve aulas de teoria e solfejo com o maestro italiano Duchesne, que por ali passava. Aos 15 anos conseguiu comprar uma flauta de chaves, deixou Cataguases e foi tocar em diversas bandas dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, passando por cidades como São Fidélis, Miracema, Pádua e Campos. Logo tornou-se muito conhecido. Em 1901 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi estudar no Instituto Nacional de Música com o professor, flautista e compositor Duque Estrada Meyer. Trabalhava como tipógrafo e barbeiro para se manter. Duque Estrada ficou tão assombrado com seu talento que recebeu-o como um filho, oferecendo toda ajuda de que necessitasse. Patápio concluiu o curso em dois anos, o equivalente a um terço da duração normal. Em seguida, contratado por Fred Figner, gravou vários discos para a Casa Edison, interpretando peças de autores europeus e brasileiros, inclusive algumas de sua autoria. Seu virtuosismo era tão conhecido que foi convidado a tocar no Palácio do Catete para o então presidente da República, Afonso Pena. Aconselhado por seu mestre, resolveu excursionar pelo Brasil a fim de obter recursos para estudar na Europa. Em fins de 1904 Patápio iniciou uma turnê pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Quando chegou a Florianópolis contraiu difteria e morreu cinco dias depois, em 24 de abril de 1907, causando grande comoção não só na cidade como no Brasil todo. Seu funeral foi promovido pelo governo de Santa Catarina. Patápio Silva recebeu homenagens de grandes flautistas contemporâneos como Altamiro Carrilho e Toninho Carrasqueira, em regravações de suas composições.