Acervo
Autores
Capiba
Barbosa, Lourenço da Fonseca
- Compositor
Filho de Severino Atanásio de Souza Barbosa, mestre de banda, orquestrador, arranjador, professor de música, tenor de igrejas, clarinetista e violonista. Autor de "Maria Betânia", lançada por Nelson Gonçalves. Escreveu mais de duzentas canções, das quais mais de cem frevos. Criou sambas, maracatus, valsas, canções e até músicas eruditas.
Ainda criança, Capiba mudou-se com a família para a cidade de Campina Grande, Paraíba. Com oito anos de idade tocava trompa e mesmo antes de aprende a ler, já entendia uma partitura. Com dez anos tocava vários instrumentos de sopro e já começava a compor.
De família de músicos, substituiu a irmã, que tocava no cinema Fox. Jamais havia enfrentado um piano. Em dez dias aprendeu a tocar sete valsas dedilhadas. Com apenas 16 anos, enquanto aprendiz do instrumento, se tornava pianista profissional. O piano de Capiba deu vida e voz aos heróis do cinema mudo. Logo dominou o piano e era aplaudido durante a sonoplastia dos filmes.
Capiba recebeu vários convites para tocar além do cinema. Não demorou, ele estava morando em João Pessoa, a capital paraibana, quando morreu o pianista do Cine Rio Branco, o principal da cidade.
Quando chegou ao cine Rio Branco o filme sonoro, O Cantor de Jazz, Capiba sentiu que logo perderia o emprego. Prestou concurso para o Banco do Brasil e aprovado assumiu a nova função. A música, contudo, continuou fazendo parte do seu dia a dia.
Capiba musicou poemas de Castro Alves, Ariano Suassuna, Vinicius de Morais, Manuel Bandeira, Carlos Drumond de Andrade, Ascenso Ferreira, Mauro Mota, Alphonsus de Guimarães, Jorge de Lima, João Cabral de Melo Neto, Carlos Pena Filho e Ferreyra dos Santos, com quem compôs a "Valsa Verde", que fez grande sucesso.
Em 1931, fundou e dirigiu a Jazz-Band Acadêmica e, com Hermeto Pascol e Sivuca, fundou o trio O Mundo Pegando Fogo. Em 1934, venceu o concurso de frevo, com o frevo-canção "É de Amargar". Em 1938 formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife. Foi diretor do Teatro Popular do Nordeste, onde musicou várias peças teatrais.
Capiba escreveu mais de duzentas canções, entre elas, mais de cem frevos. Cantou as cidades do Recife, Olinda e Campina Grande. Cantou o carnaval com seus frevos inesquecíveis, entre eles, "Quem vai pra farol é o bonde de Olinda", "É hora de Frevo", "Madeira que cupim não rói", "Linda flor da madrugada". Criou também sambas, maracatus, valsas, canções e até música erudita.