Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Abel Ferreira
Ferreira, Abel
- Compositor
- ∙ Clarinetista
- ∙ Saxofonista
Autodidata, Abel Ferreira despertou para a música ao ouvir a banda filarmônica de sua cidade. Começou a tocar gaita aos cinco anos, flauta de bambu aos sete e clarineta aos doze, sob a orientação de Hipácio Gomes - único professor de música que teve. Aos 15 anos começou a tocar sax. Contratado aos 17 anos pela Rádio Guarani, de Belo Horizonte, sua carreira se consolida a partir de 1943, quando passa pelas orquestras de Vicente Paiva e Bené Nunes, até ingressar na Rádio Nacional, em 1949.
Daí em diante, começa a viajar pelo Brasil e pelo mundo em diversas formações. Com o cantor Paulo Tapajós, cria em 1952 a Escola de Ritmos, que leva por diversas cidades brasileiras. Em 1957, apresenta-se em Portugal com conjunto próprio. No ano seguinte, cria o grupo Os Brasileiros, formado por Sivuca, o Trio Iraquitã e o maestro Guio de Morais, com o qual percorre vários países da Europa. Ao longo da carreira apresenta-se também nos Estados Unidos, Havaí, Argentina e União Soviética.
Dono de ouvido absoluto, Abel Ferreira dominava a teoria musical e a técnica erudita, tocando piano e fazendo arranjos. Em 1977, grava o Concertino para Clarinete e Orquestra, de Carl Maria von Weber, com a Orquestra Sinfônica Brasileira sob regência do maestro Júlio Medaglia. Reconhecido como criador de uma escola brasileira de sopro - juntamente com Pixinguinha e Luiz Americano - , Abel Ferreira faz parte da mesma geração de compositores de choro à qual pertencem Jacob do Bandolim, Severino Araújo e Raul de Barros. Compôs mais de 50 músicas, entre choros, valsas, maxixes, baiões e outros gêneros, alguns dos quais registrados no LP autoral Brasil, Sax e Clarineta, que lançou em 1976 pelo selo Marcus Pereira. Suas composições mais conhecidas são Chorando baixinho, Acariciando e Luar de Coromandel.