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Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX

Walfrido Silva

Silva, Walfrido Pereira da
  • Compositor

Nascido em 12 agosto de 1904 à rua Pinheiro Guimarães - em casa hoje demolida - no Rio de Janeiro, então D. F. Filho Marcílio Pereira da Silva e d. Elvira Augusta da Silva, mudou-se aos 06 anos, com os pais, para Niterói, indo residir à Estrada Velha Vila Douro. Aí permaneceu até os 10 anos quando se tranferiu para a rua Gavião Peixoto, em Icaraí, de onde só sairia aos 21. Fez curso primário na Escola Pública d. Pórcia e, aos 12 anos, iniciou o secundário no Colédio Salesiano Santa Rosa, também em Niterói, curso que interrompeu no 4ano. Quis então trabalhar e, para melhor adestrar-se, fez um curso de datilografia na Escola Remington em conjunto com outro de Noções e Contabilidade e Comércio na Escola Royal de Niterói, o primeiro de um ano e o segundo de três. Aos 19 anos arranjou um emprego publico que, pouco depois, abandonou, na Contabilidade do Arsenal de Marinha. Em 1916 Walfrido, já então fascinado pela música, começou a estudar bateria com Carlos Eckardt e a seguir com Augusto Lima, ambos diretores de orquestras de Niterói. Um ano depois estava apto para trabalhar na orquestra de Eckadrt no extinto Cine Royal, acompanhando revistas e operetas e fazendo fundo musical para filmes mudos. Durante muito tempo tocou ora para Eckardt ora para Augusto Lima, que tocava no Cine Éden. Até que quando ia ficar efetivo nesta última, recebeu melhor proposta para trabalhar no Cabaré Assírio, do Rio, pouco depois de "Bataclan". Por essa época, precisamente a 22 de janeiro de 1927, casou-se com d. Malvina Barbosa da Silva, professora de violino, do matrimônio resultando dois filhos, Vilton e Vilma, hoje, respectivamente, com 35 e 34 anos.

Do Assírio foi para o Beira Mar, depois para o Dancing Avenida, depois para a Orquestra do Cassino Atlântico. Em 1932 passou a integrar dois famosos conjuntos de estúdio que gravaram para a RCA Victor: O "Grupo da Guarda Velha" e os "Diabos do Céu" (eram compostos mais ou menos dos mesmos elementos, mas a Guarda Velha tinha mais instrumentos de percussão ocupando, para tanto, nada menos que quatro ritmistas). Assim é que vamos encontrar Walfrido Silva figurando em dezenas de gravações dessas duas orquestras. 

Como compositor, estreou compondo para blocos de carnaval. Em 37 escreveu o "Tic-tac do meu coração" que Carmen Miranda cantaria, mais tarde no filme americano "A minha secretaria brasileira", fazendo com que ele fosse um dos primeiro autores nossos internacionalmente. Como baterista, tocou com Romeu Silva de 1934 a 1944 e ficou de 44 a 48 no Recreio com a Companhia Valter Pinto. Em 1949, seguiu com a Cia. Dercy Gonçalves para a Venezuela em sua primeira viagem fora do Brasil. Ali, após 3 meses, juntamente com o Trio de Ouro e o maestro Vicente Paiva, desligou-se da Cia, excursionando com eles, durante 3 meses, em temporada que acabou no Pará. Em 1951, com a Cia. Folclórica Brasileira, José Vasconcelos e Carlos Galhardo, foi a Portugal onde movimentou suas baquetas durante 6 meses. 

Como compositor, convém destacar a dupla célebre que fez com o pianista Gadé e que desde "Escuta aqui", samba gravado em 32 por Jaime Vogeler, tantos sucessos deu à música popular brasileira. Com o mesmo Gadé, gravou em 1959, na Musicdisc, um memorável LP, "Gafieira", só de piano e bateria.

Entre os muitos títulos de glória de Walfrido Silva é bom não esquecer ainda este: foi o primeiro baterista brasileiro que teve seu nome, como tal, registrado em disco, o que ocorre na gravação de "Preludiando", em que acompanha Carolina Cardoso de Menezes.

Data detalhada de nascimento

12.08.1904

Fonte de pesquisa

VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira vol 2. Editora Martins, São Paulo. 1964.

Natural

Rio de Janeiro - RJ