Acervo

Avena de Castro começou a estudar música aos 11 anos, já praticando naquele que se tornaria seu único instrumento por toda a vida: a cítara de origem europeia. Coerente com sua formação clássica, iniciada ainda na infância, logo desenvolve um estilo de execução impecável, seguindo rigorosamente a pauta, sem improvisos, mesmo quando ingressa no universo da música popular.

Iniciada amadoristicamente em 1937, sua carreira de concertista se consolida na década de 1950, quando dedica-se quase exclusivamente a executar obras clássicas e românticas, especialmente peças de Bach e Chopin. Ao interessar-se pelo choro, transcreve peças de Ernesto Nazareth e compõe especialmente para cítara, trazendo para esse raro instrumento - de execução tradicionalmente mais lenta - o balanço dos tangos brasileiros, do choro e do samba.

Seu primeiro registro fonográfico data de 1953. No final dos anos 1960, Avena muda-se para Brasília onde participa da fundação do Clube do Choro, em 1977, permanecendo naquela cidade até o fim da vida. O ápice de sua carreira ocorre em 1969, quando grava o álbum Avena de Castro relembra Jacob Bittencourt que, lançado pouco depois da morte do bandolinista, contou com a última gravação do mestre e amigo.   Sua obra vem sendo registrada por músicos como Déo Rian, Época de Ouro, Gilson Peranzzetta, Joel Nascimento, Maurício Carrilho, Raphael Rabello e Luciana Rabello - que, no ano 2000, grava o choro No balanço da Luciana, feito pelo citarista em sua homenagem. Evocação a Jacob - sua composição mais conhecida - tornou-se  um clássico do gênero.