Acervo

K-Ximbinho estudou clarinete e teoria ainda na infância. Ao servir o Exército, já músico experiente, passou para o saxofone, instrumento que lhe rendeu o apelido. Aos 21 anos, tornou-se membro da Orquestra Tabajara em João Pessoa, ali travando contato com o choro e o jazz, tendo acesso a partituras e arranjos que despertaram seu interesse para se aperfeiçoar musicalmente. A mudança da Orquestra para o Rio de Janeiro, sob a liderança de Severino Araújo, permitiu que K-Ximbinho conhecesse grandes músicos em um ambiente musical que se internacionalizava. Entre 1951 e 1954, estudou harmonia e contraponto com o professor alemão Hans-Joachim Koellreutter, de formação erudita. 

A carreira de K-Ximbinho esteve sempre ligada às orquestras. Além da Tabajara, de Severino Araújo (que gravou o seu Sonoroso), tocou nas orquestras de Fon-Fon e Napoleão Tavares entre 1942 e 1945, além de outras menos conhecidas. Até que, em 1951, juntou-se à grande orquestra da Rádio Nacional como clarinetista. Também na década de 1950, liderou dois conjuntos, com os quais gravou alguns discos. Ainda participou de grupos como O Conjunto Sete de Ouros e a Turma do Bom Balanço. Como arranjador, foi contratado pela gravadora Odeon, depois pela Polydor e, em 1965, ingressou na Orquestra Sinfônica Nacional, da Rádio MEC, e na orquestra da TV Globo.

Chorão respeitado por todos, jazzista brasileiro - quando por aqui pouco se praticava o jazz -, K-Ximbinho participou de alguns dos primeiros festivais de jazz que aconteceram no Brasil. Como compositor, deixou perto de 40 obras gravadas, geralmente choros. Tinha o hábito de aproveitar seu próprio apelido para dar nome às composições, como é o caso de K-Ximbodega (homenagem ao amigo Zé Bodega), K-Ximrock, e K-Ximtema. Sua primeira música a ser gravada foi Sonoroso, escrita em parceria com o violonista Del Loro, que logo virou um clássico do gênero, assim como Eu quero é sossego, outra composição sua também muito gravada.