Acervo
Autores
Raphael Rabello
Rabello, Rafael Baptista
- Compositor
- ∙ Violonista de 6 e 7 cordas
Raphael Rabello nasceu em Petrópolis, caçula de nove irmãos em uma família extremamente musical. Seu avô materno, violonista, foi quem primeiro lhe influenciou. Numa casa frequentada por muitos músicos, ouvia dos clássicos à música regional nordestina, mas sobretudo muito choro. Aos 7 anos começou a tocar intuitivamente, passando, aos 12, a ser aluno de Meira. Aos 14 já formava Os Carioquinhas, seu primeiro grupo de choro, do qual faziam parte também sua irmã Luciana Rabello e o violonista Maurício Carrilho. Com eles estreia em disco no ano de 1977, gravando o LP Os Carioquinhas no Choro, sempre impressionando a todos pela precocidade e talento. Em 1979, participa da primeira formação do conjunto Camerata Carioca (com Celsinho Silva, Joel Nascimento, Luciana Rabello, Luiz Octavio Braga e Mauricio Carrilho), quando desenvolve uma rica convivência com o maestro Radamés Gnattali, de cuja obra violonística se tornaria um dos principais intérpretes.
Durante sua breve e intensa carreira grava 22 discos - dos quais 16 instrumentais -, muitos em parcerias com artistas como Dino 7 Cordas, Elizeth Cardoso, Amélia Rabello, Ney Matogrosso e Paulo Moura, entre outros. Além desses, participa de aproximadamente 600 discos de diversos artistas no Brasil e no exterior. Exímio intérprete, logo se mostra também um compositor de qualidade, parceiro de letristas do calibre de Paulo César Pinheiro e Aldir Blanc. Recebe inúmeros prêmios em sua carreira e deixa dois discos inéditos nos EUA, para onde mudou-se em 1994. Lá, atua como professor convidado em uma universidade de música na Califórnia, experiência que estimula seu desejo de criar aqui uma escola de música brasileira de nível superior – a Universidade de Música do Brasil. O projeto, que chega a ser iniciado modestamente em Brasília, em parceria com o Reco do Bandolim, acaba se transformando, após a sua morte, na Escola de Choro Raphael Rabello – primeira no gênero no país.
Em 1995, o violonista volta ao Rio para concretizar outro projeto, chamado Orgulho do Brasil, que consistia na gravação de discos de compositores brasileiros. Nesse retorno, falece precocemente aos 33 anos de idade. Seu nome, no entanto, já estava gravado na galeria dos maiores artistas brasileiros. Continuador da tradição moderna do violão brasileiro, derivada dos clássicos e do choro, Raphael Rabello desenvolveu uma habilidade técnica sem precedentes, levando um sopro de energia e juventude ao choro, gênero até então associado a músicos mais velhos. Explorou todas as possibilidades técnicas do violão e, em particular, do sete cordas. Além de solista, tornou-se um acompanhador de extrema qualidade, cúmplice dos cantores e dos músicos com os quais tocava. Sua carreira, tão curta quanto brilhante, foi suficiente para gerar reconhecimento e admiração entre os maiores nomes da música dentro e fora do país.