Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Nonô
Peixoto, Romualdo
- Compositor
- ∙ Pianista
Nonô, ou Romualdo Peixoto, provavelmente o melhor pianista de samba na chamada "idade de ouro", grande compositor, pertenceu ao que se poderia chamar de uma família musical - que inclue o sambista Ciro Monteiro, o pianista Moacir Peixoto, o pistonista Araken Peixoto e o cantor Caubi Peixoto - escolheu logo o piano como seu brinquedo predileto. Aos 9 anos de idade já se apresentava em um clube como menino prodígio. Após servir três anos no exército tornou-se pianista profissional.
A 20 de janeiro de 1927 casou-se com d. Simone Barbosa, dessa união resultando dois filhos: Paulo Edmundo e Haroldo. Foi pianista de várias orquestras e conjuntos inclusive a Brunswick, de J. Tomás, Bambas do Estácio, Gente Boa, Gente do Choro, Orquestra Copacabana, etc. Por volta de 1932 era o acompanhador predileto da época: Francisco Alves, Sílvio Caldas, Mário Reis. César Ladeira, que não podia ver artista sem lhe dar uma alcunha, passou a anunciá-lo como o "Chopin do Samba".
Ao falecer, a 13 de novembro de 1954, em Niterói, desempenhava função na Secretaria de Viação e Obras Publicas do Estado do Rio. Deixou obra pequena mas da melhor qualidade. Entre suas composições podemos citar os sambas "Vai-te embora" (letra de Francisco Matosos), "Eu vi brilhar", "Vitoria" (de parceira com Noel Rosa e feito contra Francisco Alves), "Perto do céu" (letra de Francisco Matoso), "Ela disse adeus" e "Sofri demais", as valsas "Cigana" (letra de Paulo Roberto) e "Jardim de flores raras" (letra de Franscisco Matoso) e o choro "Uma farra em Campo Grande".
Como pianista, Nonô tem sua arte eternizada em vários discos onde, geralmente como acompanhador, pode ser ouvido em algumas passagens magistrais. Arte sobre a qual assim se expressou Orestes Barbosa: "Nas pontas de seus dedos há martelos de veludo e ninguém explica o milagre do sentimento, da instituição que ele imprime à sua maneira, destancando-se emotivamente na execução".