Acervo

José Garcia de Christo foi um dos principais pianistas populares no Rio de Janeiro da virada do século XIX para XX. Estudou música nos Conservatórios de Lisboa e Paris. No Rio de Janeiro tocou em bailes e festas familiares sendo o pianista preferido das famílias Lemgruber e Guinle, segundo relato de Paulo Christo (um de seus filhos) a Jota Efegê. Assim como Ernesto Nazareth, atuou na sala de espera do Cinema Odeon, além do Cinema Pathé. Casado com D. Maria Christo (a quem dedicou a polca Mariquita), morou na rua Dr. Bernardino nº 20, em Jacarepaguá. Além de Paulo, teve mais quatro filhos: Laura, Jayme (falecido prematuramente, segundo informação de D. Nylza, uma de suas netas), Mercedes e Elsa, falecida em maio de 2005, aos 96 anos de idade. Acometido de um distúrbio cerebral em fins de 1918, faleceu aos 52 anos de idade. Dedicou sua última composição, a valsa Nunca Serás Esquecida, à sua filha Laura. Foram encontradas cerca de 80 composições de sua autoria, algumas delas guardadas por D. Nylza Christo Miscow Escarlate, filha de Laura Christo, residente em Petrópolis, RJ. Entre elas, valsas, tangos, mazurcas, schottischs, polcas, maxixes e habaneras editadas pelas casas Buschmann Guimarães, Philipone, Artur Napoleão, Casa Mozart, Vieira Machado e Bevilacqua. Laura teve ainda três filhos: Octávio Christo Miscow, Sylvio Christo Miscow (avô de Willi Miscow Mendel), e Heloísa Miscow Camarão. Nas primeiras décadas do século XX as composições de J. Christo foram registradas pela Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (valsa Diva), Banda do Corpo de Infantaria da Marinha (valsa Sempre Alegre), Orquestra da Casa Edison (valsa Quem Tem Amores), Banda da Casa Edison e pela Banda Columbia (valsa Morrer Sonhando). Em 1986 a mesma valsa Morrer Sonhando foi gravada no LP Os Pianeiros (FENAB). Sua polca Fraternidade foi gravada em 2002 na coleção de CDs “Princípios do Choro” (Acari Records/ Biscoito Fino).