Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Octávio Dutra
Dutra, Octávio
- Compositor
- ∙ Bandolinista
- ∙ Violonista
- ∙ Poeta
Foi o grande nome da música popular do Rio Grande do Sul no início do século XX. Filho do advogado Miguel Antônio Dutra e de D. Leopoldina Dutra, revelou-se compositor desde os 16 anos de idade, quando começou a escrever valsas e polcas, além de estudar bandolim e violão. Mais tarde ingressou no Conservatório de Música de Porto Alegre aperfeiçoando-se em harmonia e contraponto com o professor e maestro Murilo Furtado. Iniciou a carreira artística compondo música para revistas de costumes, entre as quais, Jupe-Culote (1912), Rocambole (1913) e Encrenca (1914), do jornalista Henrique Vieira Braga, Tipos & Tipas (1916) em parceria com seu irmão, o médico, jornalista e cavaquinista Arnaldo Dutra. Em 1910 começou a lecionar música, sendo responsável pela introdução do violão e do bandolim na sociedade gaúcha. Fundou o lendário grupo Terror dos Facões (na gíria de músicos, “facão” quer dizer músico ruim), realizando, em 1913, gravações de valsas, schottischs, tangos, polcas e mazurcas de sua autoria para a Casa Hartlieb, representante da Odeon em Porto Alegre. A formação do conjunto, composta de excelentes instrumentistas, era a seguinte: Otávio Dutra (violão e bandolim), Creso de Barros e José Xavier Bastos (flauta), Honório Ferreira da Silva e Pedro Neves (violão) e Arnaldo Dutra (cavaquinho). Conhecido na imprensa gaúcha como maestrino, na década de 1920, Otávio Dutra foi líder dos primeiros blocos carnavalescos de Porto Alegre como Os Tigres, Os Batutas e Passa Fome e Anda Gordo, além de compor letra e música de sambas, marchas e maxixes. Na década de 1930, além de continuar compondo música para revistas, teve suas músicas gravadas por intérpretes de renome como o flautista gaúcho Dante Santoro, seu amigo, a quem dedicou a polca-tango Tu Sabes, e a Orquestra Típica Victor, dirigida por Pixinguinha.