Acervo

Filho mais velho do clarinetista francês Henrique Luís Levy, fundador do estabelecimento musical Casa Levy, e irmão do renomado compositor Alexandre Levy, começou a tocar piano desde cedo, apresentando-se em público aos nove anos de idade no Teatro São José. Seguiu carreira de concertista, tocando peças de compositores eruditos, como solista e acompanhado do irmão em concertos a quatro mãos. Integrou também trios e quintetos, participando de concertos promovidos pelo Clube Haydn, sociedade musical da qual foi fundador em 1883. Compôs peças dançantes, entre outros gêneros, editados na Casa Levy, cuja gerência assumiu aos 30 anos de idade, com Maurício, seu irmão caçula. A editora, que passou a ser chamada L. Levy & Irmão, foi responsável pela edição de peças musicais de inúmeros autores.

Sob o nome de Ziul Y Vel publicou várias peças de cunho popular, entre elas: Gostosa (Schottisch); Captivaram-me os teus olhos (Polka, resposta a Teus Olhos Captivam, de E. Nazareth); Vicilino (Polka, resposta a Beija-Flor, de E. Nazareth); Natalina (Schottisch); Santos-Dumond (Marcha), Brigada (Marcha), Caboclo (Cake Walk), Sentimental (Tango), Pas de Quatre; Setenta y Cinco (Tango Argentino); No Morro do Cha (Polka-Maxixe); Para a Frente (Marcha); Marcha dos Alliados. Sob o nome de Yvu Leliz, publicou canções sertanejas com textos de Jose Eloy: Os Bezerro qué mamá; As Gallinha tão no chôco; Geca Tatú; Coruquerê; De Astromóve; A Frôrada.

O significado de Luiz Levy para as relações entre o comércio musical e o desenvolvimento de uma música de cunho comercial, em geral para o estudo das relações entre economia e música no Brasil foi reconhecido simbolicamente com a escolha de uma de suas composições instrumentais para o repertório coral das alunas da Escola de Comércio, em arranjo de compositor amigo (Habanera op.31, com palavras de Augusto de Carvalho).