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Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Francisco Mignone (pseudônimo: Chico Bororó)
Mignone, Francisco
- Pianista
- ∙ Compositor
- ∙ Regente
- ∙ Professor
Começou a estudar música com o pai, o flautista Alferio Mignone, músico da Orquestra Municipal de São Paulo e regente. Ao dez anos fez sua iniciação ao piano e passou a integrar, como pianista, orquestras de baile a fim de custear seus estudos. Em 1913 ingressou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo onde estudou composição, flauta e piano durante quatro anos, tendo sido colega de Mário de Andrade. Nesta época, tocando flauta em rodas de choro da boemia paulistana, encontrou inspiração para escrever suas primeiras composições, peças dançantes, publicadas sob o pseudônimo de “Chico Bororó”. Em seguida passou a dedicar-se à composição de obras sinfônicas de caráter nacionalista e em 1918, exibindo o seu poema Caramuru e a Suíte Campestre no Teatro Municipal de São Paulo, sob a regência de seu pai, recebeu do governo de São Paulo uma bolsa de estudos para aperfeiçoar-se na Europa. Foi para Milão, Itália, onde estudou com Vincenzo Ferroni e compôs um drama lírico, O Contratador de Diamantes, que seria a peça escolhida pelo maestro Richard Strauss, de passagem pelo Brasil, para ser executada pela Orquestra Filarmônica de Viena em concertos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Obteve consagração nacional e passou a ser convidado para reger concertos de músicas sinfônicas brasileiras no exterior. Em 1932 compôs outra obra sinfônica de grande destaque, o bailado afro-brasileiro Maracatu de Chico Rei. A partir da década de 1940 Mignone voltou a compor pequenas peças dançantes, evocando o espírito seresteiro de suas primeiras composições reveladas nas séries de doze valsas: Valsa de Esquina, Valsa-Choro e em peças para violão.