Acervo

Autores

Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX

Ratinho

Carvalho, Severino Rangel de
  • Compositor
  • ∙ Instrumentista
  • ∙ Humorista

Parceiro de Jararaca (José Luís Rodrigues Calazans), com quem formou a famosa dupla caipira, foi um dos principais saxofonistas da primeira metade do século XX. Iniciou sua atividade musical como músico da banda de Itabaiana (PB), aprendendo a tocar vários instrumentos de sopro. Aos 18 anos foi para o Recife, onde passou a integrar a orquestra do Cine-Teatro Moderno, sob a regência de Nelson Ferreira, além da Orquestra Sinfônica, regida pelo maestro Euclides Figueiredo. Herdou, nesta época, seu nome artístico por gostar de tocar ao pistom a polca Rato Rato de Casemiro Rocha. Freqüentando as rodas artísticas do Recife, conheceu Jararaca em 1919 e formou com ele, Romualdo Miranda (irmão do bandolinista Luperce Miranda), e outros músicos, o grupo Os Boêmios, que tornaria-se mais tarde o Turunas Pernambucanos (turuna = valente). Em 1921, o grupo exibiu-se no Cine-Teatro Moderno com Pixinguinha e os Oito Batutas, de passagem por Recife, ocasião em que foram convidados para ir ao Rio de Janeiro participar das comemorações do centenário da Independência. Adotando nomes de bichos, inscritos em chapéus de abas largas, e vestindo roupas típicas sertanejas, exibiram-se com grande sucesso tocando cocos, emboladas, maracatus etc. Após uma excursão ao sul do país e à Argentina, o grupo se desfez e a partir de 1927 Ratinho e Jararaca formaram a dupla e passaram a atuar em peças teatrais, apresentações musicais e humorísticas. No final de 1931 participaram da fundação do teatro popular Casa de Caboclo que marcou época no Rio de Janeiro como um movimento em prol da canção nacional, reproduzindo no palco a habitação do matuto brasileiro. Idealizado pelo ator Duque, o teatro foi montado nos escombros do Teatro São José, que havia incendiado, contando com a presença de músicos e atores de destaque, entre eles Derci Gonçalves, Pixinguinha, Benedito Lacerda, Jacob Palmieri, Augusto Calheiros, Romualdo Miranda, Meira e Canhoto, ainda em início de carreira. Em 1930 Ratinho começou a gravar choros e valsas de sua autoria para Odeon, entre eles o clássico Saxofone, Por que Choras?. Na década de 1940 continuou a gravar músicas de sua autoria e parcerias com Jararaca, em solos de saxofone, acompanhado por excelentes regionais como os de Rogério Guimarães, Luperce Miranda e Dante Santoro. Data dessa fase a gravação do choro Pinicadinho (1947), grande sucesso da dupla. Nas décadas seguintes, Ratinho celebrizou-se ao lado de Jararaca em apresentações de músicas nordestinas e regionais entremeadas de esquetes humorísticos nas principais rádios e televisões do país.

Data detalhada de nascimento

13.04.1896

Data detalhada de falecimento

09.09.1972

Natural

Itabaiana - PB