Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Marcelo Tupinambá
Lobo, Fernando Álvares
- Compositor
- ∙ Instrumentista
Seu pai, Eduardo Lobo, era regente da Banda Santíssima Trindade e seu tio, o maestro e compositor paulista Elias Álvares Lobo (1834–1901), autor da primeira ópera brasileira. Desde criança aprendeu a tocar piano de ouvido e mais tarde, violino, com Sávio Benedictis. Quando tinha 15 anos, em 1907, chegou a acompanhar ao piano o famoso flautista Patápio Silva, no último ano de sua vida, apresentando-se em cidades do interior paulista. Aprendeu a tocar vários instrumentos e, quando cursava o ginásio na cidade de Pouso Alegre, MG, atuou como diretor da banda local. Começou a lançar suas primeiras composições em 1914, sob o pseudônimo Marcelo Tupinambá, na revista São Paulo Futuro, de Danton Vampré, ao mesmo tempo em que cursava a Escola Politécnica de São Paulo. Publicou várias peças dançantes inspiradas em temas sertanejos compostas para o teatro de revista. Entre elas destacam-se algumas músicas de sucesso como os tanguinhos Viola Cantadêra e Maricota Sai da Chuva, incluídos nas revistas Cenas da Roça e Flor do Sertão (com Arlindo Leal); o cateretê Matuto (com Claudino Costa) e os tangos Tristeza de Caboclo e Sou Batuta. Formou-se engenheiro civil em 1916 e exerceu a profissão até 1923, quando, por motivo de uma doença dos olhos precisou interromper a carreira. A partir de então passou a dedicar-se inteiramente à música, escrevendo inclusive peças de concerto e musicando poemas de Manuel Bandeira, Olegário Mariano, Coelho Neto, entre outros. Teve valsas, tangos, maxixes, cateretês e canções gravados por orquestras populares e pelos principais cantores da época.