Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Altamiro Carrilho
Carrilho, Altamiro de Aquino
- Compositor
- ∙ Flautista
- ∙ Arranjador(a)
- ∙ Flautinista
Membro de família musical, aos cinco anos Altamiro já tocava numa flautinha de lata. Impressionado com a habilidade do menino, o carteiro da rua e músico amador Joaquim José lhe oferece as primeiras aulas e lhe proporciona o primeiro contato com uma flauta transversa. Aos 14 anos, o pequeno flautista vence vários programas de calouros, inclusive o de Ary Barroso. Em 1943, faz sua primeira gravação, participando de um disco de Moreira da Silva. A partir de 1946, começa a atuar em várias orquestras de rádios. Em 1951, passa a integrar o Regional do Canhoto e, cinco anos depois, vende quase um milhão de cópias com a gravação de seu maxixe Rio antigo.
No mesmo ano, Seu programa Em tempo de música alcança grande audiência, consolidando seu nome nacionalmente. Em 1958, Altamiro é agraciado com o troféu Microfone de Ouro, escolhido como o Melhor Instrumentista do Ano no Rádio. Na década de 1960, excursiona pela Europa e União Soviética, onde é considerado pela crítica como um dos melhores solistas de flautim do mundo. Mora no México por um ano e excursiona por vários países da América do Sul e também pelos Estados Unidos. Apresenta-se também no Chile, Bermudas, Estados Unidos, Japão, Portugal, Espanha, Noruega e França.
Nos anos de 1974 e 1975, assina os arranjos e atua como músico nos volumes 1, 2 e 3 da coleção 100 Anos de Música Popular Brasileira da série MPB 100 ao vivo - Projeto Minerva, lançados pela Tapecar, em oito LPs. Em 1987, acompanha Elizeth Cardoso em turnê pelo Japão. Ganha o Prêmio Sharp de 1997 na categoria Melhor Disco Instrumental, com o CD Flauta maravilhosa. Entre 2001 e 2002, mantém um programa musical na Rádio MEC AM, recebendo muitos nomes da música instrumental brasileira, especialmente chorões.
Apresenta-se com seu regional por diversas cidades e festivais de música do país, sempre tocando clássicos do choro e também composições suas, como Aeroporto Galeão, Deixa o breque pra mim e Oriental. Gravou, ao todo, mais de 70 discos e compôs cerca de 200 músicas dos mais variados ritmos e estilos. Consagrado no Brasil e no exterior, Altamiro tocou com os maiores músicos do mundo, populares e eruditos, tendo viajado por mais de 50 países durante sua carreira. Músico com completo domínio do improviso, tinha em Benedito Lacerda, Patápio Silva e Dante Santoro suas grandes referências. Tio do violonista Maurício Carrilho - filho de seu irmão e também flautista Álvaro Carrilho - , Altamiro é considerado uma lenda do choro. Faleceu no Rio de Janeiro, aos 87 anos de idade, de problemas respiratórios.