Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Dilermando Reis
Reis, Dilermando dos Santos
- Compositor
- ∙ Violonista
Dilermando foi iniciado na música por seu pai seresteiro. Seu aprendizado de violão, inicialmente intuitivo, se torna mais sistemático a partir dos 15 anos, quando conhece o violonista Levino da Conceição, com quem passa a se apresentar em duo, excursionando pelo país. Com Levino se muda para o Rio de Janeiro em 1933, onde passa a ter aulas de teoria musical com Bomfiglio de Oliveira, trompetista que transitava igualmente pelo ambiente do choro e da música sinfônica. No Rio desenvolve sua carreira de músico e mais tarde de professor, tocando em cassinos e passando pelas rádios mais importantes da cidade. Na Rádio Transmissora, forma uma orquestra de dez violões; na Nacional, entre 1956 e 1969, comanda o programa de violão mais duradouro da rádio brasileira.
Dilermando transcreveu e editou dezenas de obras para o violão, aumentando o repertório para alunos e músicos e contribuindo para que o violão se firmasse no Brasil como instrumento solista. Foi um dos cultivadores da técnica de duo de violão, sempre ao lado de Meira, com o qual tocou e gravou durante oito anos. Meira fazia a base – arte em que se especializou como poucos – para que Dilermando solasse. Nao se pode esquecer que, além de solista, foi também um exímio acompanhante de cantores.
Dilermando compôs mais de 100 músicas, entre valsas, choros, e também guarânias, boleros, toadas, maxixes e sambas-canções. Magoado, sua composição mais conhecida, consta em seu primeiro disco, lançado em 1941, quando inicia uma extensa carreira discográfica, que duraria até 1973. A exemplo do instrumentista, o compositor era tradicionalista, apoiado na técnica dos clássicos, sem experimentalismos nem incorporação de outras influências. Dentro desse estilo, compôs obras que fazem parte do repertório violonístico brasileiro até hoje. Curiosamente, seu maior sucesso como instrumentista, apesar de tantas composições próprias, foi a gravação de Sons de carrilhões, do violonista João Pernambuco. Foi homenageado por Radamés Gnattali, que a ele dedicou o seu Concerto no. 1 para Violão e Orquestra.