Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Dino Sete Cordas
Silva, Horondino José da
- Compositor
- ∙ Violonista de 6 e 7 cordas
Filho de violonista amador numa casa muito musical, por volta dos 8 anos de idade, Dino começou a dedilhar o bandolim, logo trocado pelo violão do pai, instrumento que passou a dominar intuitivamente. Embora muito mais tarde (já na década de 1940) tenha tido aulas de teoria musical, foi sempre um autodidata no violão. Na década de 1930 toca acompanhando o cantor Augusto Calheiros - o Patativa do Norte - em circos e teatros. Mas sua carreira deslancha em 1937, quando ingressa no Regional de Benedito Lacerda, grupo de maior prestígio da época, liderado pelo flautista e formado por ele e Meira nos violões, Popeye no pandeiro e Canhoto no cavaquinho. Dino e Meira se tornariam uma espécie de grife no mundo do samba e do choro, sendo incontáveis as gravações das quais participaram durante três décadas.
Dino permaneceu com o Regional até 1961, quando se juntou ao Conjunto Época de Ouro, de Jacob do Bandolim, um dos principais conjuntos de choro de todos os tempos, formado por César Faria e Carlos Leite (violões de seis cordas), Jonas Silva (cavaquinho) e Jorginho do Pandeiro (irmão de Dino). Com ele, Dino viveu o primeiro ápice de sua carreira, marcado pelo disco Vibrações, e pela apresentação do grupo gravada ao vivo no Teatro João Caetano, com Elizeth Cardoso e Zimbo Trio.
Durante quinze anos, Dino participou das célebres sessões com Pixinguinha e Benedito Lacerda, gravou dezenas de discos, viu o Regional de Benedito Lacerda se transformar em Regional do Canhoto – após o afastamento de Benedito – e acompanhou todos os grandes nomes da era do rádio, como Carmen Miranda, Francisco Alves, Orlando Silva e Silvio Caldas. Após a morte de Jacob, em 1969, quando os espaços começam a ser tomados pelo rock e pela chamada MPB, seguiu-se um período de ostracismo para os músicos ligados aos regionais. O retorno acontece em meados da década de 1970, fase de retomada do choro a partir do disco Nervos de Aço e do show Sarau, ambos de Paulinho da Viola, em 1973. Logo em seguida, Dino faz os arranjos dos primeiros discos de Cartola, consolidando um segundo bom momento de sua vida artística. O Época de Ouro retorna aos palcos, inicialmente com o bandolinista Déo Rian e mais tarde com Ronaldo do Bandolim como solista.
Dino torna-se um músico muito requisitado pelos principais cantores de samba e MPB. Em 1991 grava seu único disco: Raphael Rabello & Dino 7 Cordas, reunindo o mestre e seu principal discípulo em clássicos do choro. O violonista teve poucas composições gravadas, entre as quais a mais conhecida é Aperto de mão, escrita com seu maior parceiro musical, Meira, com letra de Augusto Mesquita.