Acervo
Autores
Enciclopédia Ilustrada do Choro no Séc. XIX
Chiquinha Gonzaga
Gonzaga, Francisca Edwiges Neves
- Pianista
- ∙ Compositora
- ∙ Maestrina
Francisca Edwiges Gonzaga iniciou o aprendizado musical em casa com o maestro Lobo, contratado por seu pai. Aos 11 anos fez sua primeira composição para a festa do Natal, Canção dos Pastores. Dois anos depois, por imposição do pai, casou-se com um oficial da marinha mercante, com quem teve três filhos. Separou-se do marido aos 18 anos e viveu ainda uma paixão amorosa da qual resultou mais um filho. Iniciou a carreira profissional como professora de piano e pianista do conjunto Choro Carioca criado pelo compositor Joaquim Callado, seu amigo. Em 1877 estreou com a polca Atraente, editada pelo exímio pianista português, compositor e editor Artur Napoleão, alcançando sucesso imediato. Com Artur Napoleão também aperfeiçoou seus estudos de piano. Em 1885 começou a musicar peças de teatro, tornando-se a primeira maestrina brasileira. Para essas peças teatrais compôs os mais diversos gêneros musicais: polca, fado, tango, habanera, choro, marcha, dobrado, lundu, maxixe, modinha. Entre centenas de peças dançantes que compôs, um de seus maiores sucessos foi o tango Gaúcho, lançado em 1897 na peça Zizinha Maxixe, de Machado Careca. Quatro anos mais tarde, recebendo letra do mesmo autor teatral, o tango passou a se chamar Corta-Jaca e foi incluído na revista Cá e Lá, encenada em Portugal e executada em uma audição no Palácio do Catete a pedido de Nair de Tefé, mulher do presidente Hermes da Fonseca. Em 1899 compôs a primeira marcha carnavalesca, Ó Abre Alas, a pedido do cordão Rosa de Ouro, ainda hoje cantada em todo o Brasil. Chiquinha Gonzaga abriu caminho para participação profissional da mulher na música popular brasileira. Além de participar de campanhas abolicionistas e republicanas, foi fundadora da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), sendo precursora na luta pelos direitos autorais.