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Furiosa Portátil

Compositores Brasileiros Contemporâneos

O Brasil tem uma das mais importantes tradições de arranjos para bandas e orquestras populares do mundo. Sintetizando influências europeias, africanas e elementos aqui criados, bem como elementos rurais e urbanos, há várias correntes de escrita para a música popular que nascem ainda no século XIX - com a tradição de bandas de sopro nas capitais e no interior – e que se consolidam ao longo do século XX em diversos agrupamentos populares presentes nas rádios e nos discos que serão a base da chamada música popular brasileira.

Tomar esta escola brasileira de arranjo como referência e ao mesmo tempo propor renovações e inovações de repertórios, técnicas e escritas musicais: esta é a proposta do presente projeto, que reúne músicas de compositores contemporâneos do choro em arranjos aqui gravados e disponibilizados gratuitamente (em formato de grade e partes separadas) nos sites www.funarte.gov.br e www.casadochoro.com.br.

É notória a carência de produção de material didático e artístico para ensino e divulgação da música popular e particularmente de orquestras e bandas de sopro populares. Ao mesmo tempo, é também patente que o material existente em bandas de música tradicionais se ressente de renovação, uma vez que o repertório via de regra não contempla compositores brasileiros de música popular da atualidade.

É por isso tudo que acreditamos que a presente iniciativa do Instituto Casa do Choro – realizada através do Prêmio Funarte de Música Brasileira 2013 – vem contribuir para diminuir esta lacuna, mostrando um pouco da produção contemporânea e disponibilizando estas partituras para escolas de música, conservatórios e grupos populares de todo o Brasil e do mundo.

O material aqui apresentado deriva da experiência de mais de dez anos da Escola Portátil de Música, projeto do Instituto Casa do Choro que hoje reúne cerca de 1000 alunos de diversos instrumentos e 35 professores que se encontram entre os mais destacados músicos do país. Ponto de Cultura desde 2009, indicada para o prêmio Faz a Diferença do jornal O Globo em 2010, ganhadora do Selo Cultura Viva do Ministério da Cultura em 2011 e tendo recebido o Prêmio de Cultura do Governo do Estado em 2011, a EPM se consagrou como patrimônio do Rio oferecendo ensino de música popular brasileira de forma acessível e de qualidade.

Os arranjos gravados e disponibilizados on-line seguem o formato do “Bandão” da EPM: experiência única que une a tradição das bandas de sopro com a base dos “regionais” de choro. Ao misturar violões, cavaquinhos, bandolins e pandeiros com instrumentos típicos das bandas de sopro, os arranjos do Bandão apresentam uma síntese da sonoridade da música popular urbana e ao mesmo tempo traçam novos caminhos, graças ao olhar contemporâneo de compositores como Cristóvão Bastos, Mauricio Carrilho, Alvaro Carrilho, Pedro Paes, Paulo Aragão, Jayme Vignoli, Bia Paes Leme, Marcilio Lopes e Luciana Rabello.

Pedro Aragão

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